As Placas-Base são aquelas que têm maior quantidade de informação. A princípio, devem ser afixadas em todos os lugares em que a respectiva trilha cruzar o asfalto, além de junto aos centros de visitantes das Unidades de Conservação que a trilha atravessar. Essa regra, contudo, é apenas indicativa, devendo os gestores definir onde serão colocadas as placas-base em suas respectivas UCs.
As Placas-Base têm formato retangular de 1 m x 1,5 m (altura x largura). Sendo que a parte horizontal mais baixa da placa fica a 1,5 acima do solo. As Placas-Base são afixadas por dois postes. Têm cobertura de acrílico, ou outro material transparente que permita a leitura das informações nelas contidas, bem como pequeno telhado para proteger os textos e ilustrações das intempéries (sobretudo sol e chuva).
Ao afixar as Placas-Base (e outras placas), sua posição deve ser pensada de modo a que não incida sol diretamente sobre o texto e ilustrações, para que não se apaguem muito rapidamente.
Ambos os postes de fixação das Placas-Base devem ter suas partes enterradas no chão reforçadas por concreto (muita gente costuma se apoiar nessas placas para tirar fotografias, de maneira que sua fixação precisa ser bem resistente).
Sapatas de concreto reforçando as traves de fixação de uma Placa-Base (Parque Nacional Tatras, Eslováquia).
Sapatas de concreto reforçando as traves de fixação de uma Placa-Base. Notar também o reforço da trave em diagonal, a cobertura de acrílico, o telhadinho de madeira e o fato de que a placa foi colocada no sentido norte-sul, de modo a minimizar a incidência direta do sol (Waitukubuli National Trail, Dominica).
Placa colocada no sentido correto que evita a exposição excessiva ao sol (Parque Natural do Litoral Norte, Portugal)
Placa colocada na mesma época da anterior, mas no sentido errado que a deixou muito exposta ao sol (Parque Natural do Litoral Norte, Portugal)
Placa colocada no sentido leste-oeste. Após um ano, devido à incidência direta do sol, começa a perder as cores (Parque Nacional Sierra Nevada, Espanha). Notar que, além da incidência do sol, a falta de uma base profunda facilitou o vandalismo da placa.
Placa colocada no sentido leste-oeste. Após dois anos, devido à incidência direta do sol, perdeu todas as cores (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Portugal).
Placa colocada no sentido leste-oeste. Começa a ser apagada pela incidência do sol (Reserva Natural de Roberg, África do Sul)
Placa cujo texto foi apagado pelo sol (Parque Nacional Pelister, Macedônia)
As Placas-Base têm informações na frente e no verso. Todas as informações escritas devem estar SEMPRE nos idiomas português, inglês e (se possível) espanhol.
Frente
Parte superior esquerda: Mapa de toda a unidade de conservação com a respectiva trilha realçada.
Mapa de todo o Parque Nacional Durmitor, com a trilha realçada em vermelho
Parte superior direita: Mapa detalhado da trilha, com seus principais atrativos. Todos os atrativos mostrados no mapa têm que estar sinalizados no terreno, com tabuletas. O mapa detalhado da trilha tem que ser feito com cores e resolução nítidas o suficiente para que seja facilmente fotografável por um celular.
Mapa detalhado da respectiva trilha (Trilha de longo curso GR 30, Portugal).
Parte superior centro: Perfil altimétrico e quilométrico da trilha.
Placa-Base bilíngue com perfil altimétrico e distância (Parque Nacional Hallasan, Coréia do Sul).
Parte de Placa-Base, com perfil altimétrico do percurso sinalizado e legenda explicativa da sinalização (Trilha de longo curso GR 30, Portugal).
Placa-Base com perfil altimétrico, distância, duração da caminhada, declaração de conhecimento de risco e ícones de regras e procedimentos (Parque Nacional Vulcão de Pacaya, Guatemala).
Parte inferior esquerda: Telefones de emergência (polícia, bombeiros, administração e Centro de Visitantes da UC, além do hospital mais próximo) e, embaixo de tudo, logomarcas do ICMBio ou da respectiva OEMA ou Órgão Municipal de Meio Ambiente, da respectiva UC e da trilha quando houver (quando a UC estiver dentro de Sítio oficialmente protegido pela UNESCO, também deve ser incluído o logotipo de Patrimônio Mundial da Humanidade; o mesmo vale para sítios Ramsar).
Placa base do mosaico binacional, formado pelos Parques Nacionais Pieninski e Pieninsky (Polônia e Eslováquia). Notar, na parte superior do mapa, os logotipos das unidades.
Placa base bilíngue no Parque Nacional Pirin (Bulgária). Notar o mapa e a descrição de cada trilha com a respectiva sinalização.
Parte inferior direita: Ícones de regras e procedimentos (levar água, levar casaco, levar chapéu, levar protetor solar, usar calçado adequado, não levar cachorros, não fazer fogueiras, não consumir bebidas alcóolicas, não levar armas, caminhar em grupos de três pessoas, trecho com escalaminhada, precipícios, cobras, não alimentar os animais etc).
Placa em que os ícones dão o recado (Parque Nacional da Montanha da Mesa, África do Sul)
Parte inferior centro: Termo de conhecimento de risco (idealmente a ser elaborado pela Procuradoria).
Placa trilíngue com termo de conhecimento de risco (Reserva Natural de Groot Winterhoek – Província do Cabo Ocidental, África do Sul).
Placa base bilíngue no Parque Nacional Pelister, Macedônia. A Placa trás mapas, regras e informações de fauna e flora. Notar também o reforço da trave em diagonal, a cobertura de acrílico e o telhadinho de madeira.
Placa-Base bilíngue na Trilha Nacional Israel. A Placa trás mapas, regras e informações de fauna e flora. No verso há informações de transportes, segurança e acomodação. Notar as pedras grandes colocadas junto às traves de sustentação, para evitar que as pessoas se apóiem na placa (Parque Nacional Avdat, Israel).
Placa-Base bilíngue na Trilha de Longo Curso GR 30, em Portugal. A Placa trás mapas, perfil altimétrico, termo de conhecimento de risco, regras e informações ilustradas de história, geografia, fauna e flora. No verso há informações de transportes, segurança e acomodação.
Placa-Base bilíngue com texto histórico, mapa de localização da trilha em relação à ilha, mapa detalhado da trilha, perfil altimétrico, explicação e fotografias da sinalização e fotografias de alguns atrativos (Parque Natural das Flores – Açores, Portugal).
Por que é tão importante ter placas (no mínimo) bilíngues? Essa até tem uma seta apontando uma direção. Mas que direção é essa? “É tudo grego para mim!”. Notar também o reforço dos tocos de madeira martelados junto às traves de sustentação. Trata-se de um paliativo para evitar que a placa caia. Melhor teria sido usar concreto quando a placa foi primeiramente fixada no solo (Parque Nacional Parnitha, Grécia).
Você sabe para onde está indo? Não? Nem eu! Melhor aprender cirílico… (Parque Nacional Pelister, Macedônia).
Você sabe para onde está indo? Não? Nem eu! Melhor aprender japonês… (Reserva Natural de Narita, Japão).
Verso
Parte superior esquerda: Um parágrafo sobre o órgão administrador da UC em que a trilha está contida (trilíngue e igual em todas as placas) e um parágrafo sobre a respectiva UC (Cada placa terá um texto diferente, que pode ser sobre botânica, história, geologia, geografia, hidrografia, ocupação humana, fauna etc). Website do órgão administrador da UC e da UC (onde haverá links para os websites de outras UCs, Órgãos gestores, clubes excursionistas etc).
Parte superior direita: Texto de um a dois parágrafos sobre algum assunto relativo à respectiva trilha (trilíngue): o que vai ser encontrado pelo caminho: cachoeiras, vistas, ruínas etc (também trilíngue).
Parte superior centro: Fotos ou ilustrações relativas ao texto da parte superior direita.
Placa base bilíngue com mapa de trilhas no Parque Nacional Sutjeska (Bósnia e Herzegovina). Notar que cada atração é descrita por uma foto e apenas dois parágrafos de texto.
Placa-Base bilíngue no Parque Nacional Floresta Casentinesi, Monte Falterona e Campinha, Itália. A Placa tem mapas, regras e informações ilustradas de fauna e flora. Notar, na trave direita, o reforço de concreto e, na trave esquerda, a trave diagonal de sustentação da placa.
Parte inferior esquerda: Telefones de hotéis, restaurantes, pousadas, centrais de táxi próximos à trilha/UC. Telefones dos clubes de excursionismo da região, quando houver. Embaixo de tudo, logomarcas do órgão administrador da UC, da respectiva UC e da trilha quando houver (quando a UC estiver dentro de Sítio oficialmente protegido pela UNESCO, também deve ser incluído o logotipo de Patrimônio Mundial da Humanidade; o mesmo vale para sítios Ramsar).
Parte inferior direita: Resumo explicativo de como funciona a sinalização na trilha.
Placa base no Parque Nacional do Lago Biogradska (Montenegro). Notar o mapa das trilhas, os ícones com as regras, a explicação da sinalização, os telefones úteis e o logotipo da UC.
Placa base bilíngue no Parque Nacional Pirin (Bulgária). Notar o mapa e a descrição de cada trilha com a respectiva sinalização.
Parte inferior centro: Mapa das estradas/ruas e arredores, próximos à placa; de preferência identificando a localização de hotéis, pousadas, restaurantes, supermercados, pontos de ônibus e de táxi, hospitais e polícia (quando houver).
Resista à tentação de escrever mais do que dois parágrafos sobre cada tema. Já foi medido por várias pesquisas que 95% dos caminhantes não gastam mais que dois minutos em frente a uma placa.
Placa base bilíngue com mapa de trilhas no Parque Nacional do Lago Skadar (Montenegro). Notar que cada atração é descrita por uma foto e APENAS dois parágrafos de texto.
Placa base bilíngue no Parque Nacional Pirin (Bulgária). Notar os logotipos da unidade, do serviço de parques e de Patrimônio Mundial da Humanidade. Notar também o website do Serviço de Parques.
Placa base bilíngue no Geoparque Katla, Islândia. Notar os ícones, os telefones de emergência e as coordenadas de GPS do local.
Placa base para as trilhas de mountain bike em Lugano, na Suíça. Notar o quadro explicativo da sinalização.
Placa base bilíngue com mapa de trilhas no Parque Recreativo do Lago Chivero, Zimbábue. Notar que cada atração é descrita por apenas dois parágrafos de texto.
Placa base no Parque Florestal Argyll (Escócia). Notar que quase toda a informação é passsada por imagens. Os textos são curtos. Notar também os logotipos da UC e do Serviço Florestal.
Placa base na trilha de longo curso Pennine Way, no Parque Nacional Northumbeland (Inglaterra). Notar os logotipos de dois patrocinadores da placa em sua parte inferior.
Placa base com mapa de trilhas no Parque Nacional da Montanha da Mesa (África do Sul). Notar que quase toda a informação é passada por ícones. Notar também o termo de conhecimento de risco.
Placas educativas e/ou regulatórias
As placas educativas são uma forma de sinalização feita para estimular um tipo de comportamento, informar algum perigo ou estabelecer a proibição de certas ações.
Elas devem ser afixadas em local visível e difícil de ser vandalizado. Quando em trechos com pouca fiscalização, podem ser pregadas em árvores, da mesma forma que as tabuletas.
Em geral as placas educativas e/ou regulatórias não precisam de texto. Sua mensagem é passada de forma mais rápida e eficiente apenas com a utilização de ícones (outra vantagem dos ícones é serem de compreensão universal, não precisando ser traduzidos para outros idiomas).
Placa educativa regulatória, com regras estipuladas por meio de ícones (Reserva Natural Municipal Steenbras/Reserva da Biosfera Kogelberg – Cidade do Cabo, África do Sul). Notar o logotipo do órgão administrador da UC no topo da placa.
Sinalização educativa feita com ícone de fácil compreensão universal (Parque Natural das Flores, Açores – Portugal).
Placa educativa de aviso de perigo, combinado com termo de conhecimento de risco, informações educativas e regulatórias (Parque Nacional da Montanha da Mesa, África do Sul). Notar o logotipo do órgão gestor da UC no canto superior direito da placa.
Ícones podem ser colocados em locais estratégicos mesmo quando há absoluta falta de recursos. O Parque Nacional de Kibira, no Burundi, os pintou no portão da sede.
Sinalização educativa artesanal na Área de Proteção Ambiental Nascentes do Rio Vermelho.
Placa com ícone de compreensão universal (Reserva Natural Gullfoss, Islândia)
Placa educativa regulatória. Aqui termina a trilha de mountain bike (Parque Nacional Ein Avdat, Israel)
Placa educativa de alerta. Atenção, mountain bikers, há montanhistas na trilha! (Parque Nacional da Rota Jardim, África do Sul)
Ao fazer placas com ícones EVITE inovar. Utilize SEMPRE ícones universalmente utilizados e de rápida compreensão. Não faça como o exemplo aqui retratado. (Parque Nacional das Dolomitas, Itália)