As tabuletas em formato de seta são a melhor forma de sinalizar pois, além de indicar inequivocamente a direção, também permitem que nelas se escrevam os nomes dos destinos bem como a distância em quilômetros do trecho a ser percorrido. Em trilhas consideradas de média e longa duração (acima de 8km/ três horas de caminhada), é aconselhável instalar, no meio do trajeto, uma tabuleta em formato de seta com o nome do destino e a distância restante.
Exemplo de seta de madeira direcional com o próximo destino e distância em km no meio da trilha de longo curso Rota Vicentina (Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano, Portugal)Exemplo de tabuleta colocada no meio da trilha, com sinalização direcional bilíngue, entalhada na madeira, e marcação da distância em quilômetros até o próximo destino (Parque Nacional Hallasam, Coréia do Sul).
Placa de madeira com seta mostrando as distâncias em km até o próximo destino e logotipo da trilha de longo curso Turaco (Parque Nacional Nyanga, Zimbábue)
Setas de madeira com distâncias em km e os destinos (Parque Nacional Vatajokull, Islândia)
Tabuletas com distâncias e os nomes dos destinos. Notar o mapa de localização, com trilhas sinalizadas por cores (Parque Nacional Bako, Malásia)
Tabuletas com distâncias e os nomes dos destinos (Parque Nacional des Hauts Reuniaunais, Território francês da ilha de Reunião)
Na falta de tabuletas com o nome do destino, vale colocar somente um marco de distância (Biotopo Protegido Cerro Cahui, Guatemala)
Ufa! so faltam três quilômetros (Parque Nacional da Rota Jardim, África do Sul)
Também as tabuletas em formato retangular são importantes, pois permitem escrever o nome de atrativos e sua respectiva altitude, indicando a posição exata do caminhante na trilha (ATENÇÃO: todos os atrativos identificados nos mapas e folhetos devem estar claramente sinalizados no terreno e vice-versa).
Mapa da Trilha Transcarioca. Todos os pontos destacados no mapa devem ser sinalizados com tabuletas (mapa de Thiago Haussig).
Mesa do Imperador, um dos pontos indicados no mapa anterior, sinalizado no terreno com uma tabuleta direcional.
Todos os destinos mostrados no mapa devem ser sinalizados com uma tabuleta que contenha também sua altitude. Há exceções: no caso da Mesa do Imperador, como já existe ali uma sinalização histórica, não é necessário instalar uma tabuleta com os mesmos dizeres.
Placa de localização com informação de altitude (Parque Nacional do Monte Quênia, Quênia)
Quando o mapa é colocado na própria trilha, é importante que ele seja acompanhado de uma legenda mostrando o ponto em que o caminhante se encontra (Trilha Nacional Waitukubuli, Dominica).
Mapa com tabuleta especificando o local onde o caminhante se encontra. Observar a seta vermelha no mapa mostrando a localização do caminhante (Parque Nacional de Folgefonna, Noruega).
Placa de localização com dados sobre a altitude do local (Parque Nacional Durmitor, Montenegro)
Placa de localização da trilha numerada PR 3. Mesmo quando não for possível colocar a altitude, a Placa de localização continua a ser importante! (Parque Natural da Ilha Terceira, Portugal)
Placa de localização (Parque Natural das Flores, Portugal)
Placa de localização da trilha Greyton MacGregor. Mesmo quando não for possível colocar a altitude, a placa de localização continua a ser importante! (Reserva Natural de Greyton, África do Sul)
As tabuletas têm as seguintes medidas: 3,0 cm de espessura e demais medidas como especificado nos desenhos a seguir:
Essas medidas são o padrão ideal, mas havendo necessidade seu tamanho pode ser aumentado ou reduzido:
Os nomes, as distâncias e as altitudes constantes nas tabuletas devem ser pintados com letras brancas (ou da cor escolhida para sinalizar a trilha (amarela, vermelha, laranja etc). A pintura pode ser feita diretamente nas tabuletas, utilizando-se moldes de letras que podem ser adquiridos em papelarias, ou podem ser pintadas sobre letras previamente entalhadas na madeira.
Exemplo de sinalização direcional entalhada na tabuleta (Trilha de longo curso Taff , Parque Nacional Brecon Beacons – País de Gales).
Voluntário do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange trabalhando no entalhamento de placas de sinalização das trilhas (foto de Rodrigo Filipak Torres).
Placa interpretativa entalhada e pintada (Parque Nacional dos Abrolhos).
Tabuleta entalhada com sinalização direcional (Área de Manejo dos Pitons, Santa Lúcia – Caribe).
As tabuletas direcionais devem ser colocadas em TODOS OS LUGARES EM QUE A TRILHA CRUZAR O ASFALTO E EM TODAS AS BIFURCAÇÕES.
Cada tabuleta direcional deve conter, no mínimo, o nome do próximo destino identificado no mapa. Sempre que possível cada tabuleta direcional deverá conter também o nome do próximo ponto em que a trilha cruza o asfalto, além da distância em quilômetros até esse ponto. Podem ser usadas duas ou três tabuletas direcionais no mesmo lugar de modo a ser possível fornecer todas as informações acima.
Encruzilhada na Trilha Transcarioca. Três tabuletas foram utilizadas para identificar os três próximos destinos.
Encruzilhada no Parque Nacional Pelister, na Macedônia. Duas tabuletas foram utilizadas para identificar os quatro próximos destinos.
Encruzilhada no Parque Nacional Pirin, na Bulgária. Cinco tabuletas foram usadas para identificar os próximos destinos. Notar que as tabuletas não eliminaram a necessidade da sinalização pintada.
Encruzilhada no Parque Nacional Durmitor, em Montenegro. Duas tabuletas foram utilizadas para identificar os oito próximos destinos.
Encruzilhada no Parque Nacional Pingvelir, na Islândia. Duas tabuletas foram utilizadas para identificar os próximos três destinos.
Encruzilhada na Reserva Florestal do Monte Mulanje, Malawi. Uma tabuleta foi usada para identificar os próximos dois destinos.
Em todos os lugares onde funcionários da respectiva UC não passarem diariamente, a colocação de tabuletas NÃO substitui a necessidade de pintar a logomarca/seta indicando o caminho. Ou seja, mesmo quando houver tabuletas indicando a direção correta, CONTINUA SENDO ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO PINTAR SETAS DIRECIONAIS em árvores ou pedras.
Mesmo em países ricos, onde a sinalização em trilhas já é feita há mais de 100 anos, esse padrão é adotado por uma razão muito simples: o grau de vandalismo, depredação e desgaste natural dos totens/mastros e tabuletas é muito superior ao da sinalização pintada. Da mesma forma, a manutenção de totens/mastros e tabuletas é muito mais custosa e demorada do que a da sinalização pintada. Em encruzilhadas mais remotas a administração da respectiva UC pode demorar muitos dias para ter conhecimento do vandalismo ou deterioração de uma tabuleta. Nesses casos a sinalização pintada serve como uma apólice de seguro para o excursionista desavisado. Mesmo que a tabuleta com o nome do destino não esteja no local onde foi colocada, até que ela seja substituída, haverá SEMPRE uma sinalização pintada indicando o caminho correto.
Início do trecho Vista Chinesa-Solar da Imperatriz, da Trilha Transcarioca, no Parque Nacional da Tijuca. Notar que, além da tabuleta, o caminho também foi sinalizado com a logomarca da Trilha Transcarioca, pintada no espelho do meio-fio da estrada.
Tabuleta e sinalização pintada na Waitukubuli National Trail (Parque Nacional Cabrits, Dominica). Notar que a tabuleta já está quebrada e que, em breve, a única sinalização que restará será a que está pintada na árvore.
Parque Nacional Pelister (Macedônia). Aqui a tabuleta, enferrujada, já caiu e foi encontrada no chão. Ela sinalizava o percurso número 7 do Parque e indicava a distância a ser percorrida em horas até o próximo destino. Até que a tabuleta seja substituída as informações de distância e destino não estarão mais disponíveis, mas a sinalização pintada na pedra evitará que os excursionistas se percam.
Tabuleta com sinalização direcional encontrada no chão (Parque Nacional da Costa Oeste – África do Sul).
Mourão de sinalização jogado penhasco abaixo. Se não houvesse sinalização pintada, os excurisonistas poderiam se perder. Trilha de longo curso E9 (Parque Natural da Arrabida, Portugal)
Mourão vandalizável e sinalização pintada na pedra. Trilha Européia E9 (Parque Natural da Arrabida, Portugal)
Também o uso de totens de pedra não dispensa a sinalização pintada (Parque Nacional de Lovcen, Montenegro).
As tabuletas de destino são retangulares e devem ser afixadas em todos os destinos identificados no mapa, juntamente com seus nomes e, sempre que pertinente, suas altitudes. Devem ser sinalizados com tabuletas de destino, picos, mirantes, cachoeiras, ruínas, represas, centros de visitantes, abrigos, campsites, grutas e outros atrativos.
Tabuleta padrão de destino. Também poderia estar afixada em uma árvore ou em um corpo estranho. Notar a escova de aço e a bucha nas mãos do voluntário de camisa azul (Parque Nacional da Tijuca).
Tabuleta de destino (Parque Nacional Huascarán, Peru). Notar que as informações foram entalhadas na tabuleta. (Foto de Sônia Kinker).
Placa de destino bilíngue, afixada em poste (Parque Nacional Talassantane, Marrocos)
Tabuleta de destino afixada diretamente na estrutura do abrigo (trilha de longo curso Bibbulmun, Parque Nacional Kalamunda, Austrália)
Maneira de fixação
As tabuletas podem ser pregadas em mastros, em corpos estranhos ou diretamente em árvores. Nas encruzilhadas, as tabuletas NUNCA devem ser colocadas no meio da bifurcação, mas SEMPRE no lado para o qual o caminhante tem que seguir. Assim, por exemplo, se o caminhante deve pegar a trilha da esquerda, a sinalização deve ser colocada no lado esquerdo da trilha da esquerda.
Quando as tabuletas forem pregadas diretamente em árvores, deve sempre ser usado prego naval, ou de cobre, por que não enferrujam. Assim é minimizado o risco de que se tornem vetores de introdução de doenças nas árvores.
Sempre devem ser utilizados dois pregos, um em cima e um em baixo, de modo a evitar que a tabuleta possa ser virada em outra direção. Nunca bata o prego até o final, procurando deixar pelo menos 1,5 cm de folga. Isso permite que a árvore continue crescendo, sem que a tabuleta a atrapalhe.
Tabuleta de sinalização direcional, afixada com dois pregos em uma árvore (Parque Nacional Handargevidda, Noruega). Notar que a informação do destino foi entalhada na tabuleta.
Tabuleta afixada corretamente na trilha de longo curso Turaco (Parque Nacional Nyanga, Zimbábue)
Tabuleta afixada de forma errada. Os pregos foram batidos até o fim. Em breve, a árvore vai ter problemas para crescer (Mata Nacional do Bucaco, Portugal)
Placas afixadas com excesso de pregos. Uma única tabuleta, ou no máximo duas, teriam dado o recado com menos impacto (RPPN Pine Ridge, Belize)
Quando pregadas em árvores, as tabuletas devem ficar no mínimo a uma altura de 2,5m. Essa altura é de fácil visualização para o caminhante, mas torna o vandalismo mais difícil.
A opção por mastros ou totens deve sempre levar em conta que nesses casos a frequência do vandalismo e da degradação natural é muito maior. Mesmo quando não há intenção de degradar, mastros com tabuletas são locais prediletos para fotografias: um caminhante se apoia no mastro enquanto outro o fotografa. A repetição desse ato acaba por amolecer a fundação do mastro que não demora a cair. Assim essa opção SOMENTE deve ser utilizada quando a Unidade de Conservação tiver uma grande e rápida capacidade de manutenção e substituição das tabuletas vandalizadas ou degradadas naturalmente.
Trilha Transcarioca. Não vai demorar para que este mastro caia! Como se trata de um local a mais de uma hora de distância do asfalto, onde um erro pode levar os excursionistas para o “famoso” Vale dos Perdidos, é fundamental também sinalizar essa bifurcação com a logomarca direcional da Trilha Transcarioca.
Trilha Transcarioca. Também não vai demorar para que este mastro caia!
Não vai demorar para que esse mastro com sinalização multilíngue de perigo caia. Notar que a seta direcional na parte superior do totem já caiu. (Parque Natural da Madeira, Portugal)
A sinalização direcional bilíngue da trilha de longo curso Jeju Olle, na Coreia do Sul, estava de pé…..
…mas caiu. Quanto tempo levar para desaparecer?
Essa outra tabuleta de sinalização direcional da Trilha de Longo Curso Jeju Olle, na Coréia do Sul, também estava de pé…
…mas também caiu. Quanto tempo levar para desaparecer?
Os coreanos, apesar de ricos, não facilitaram. Os 422 quilômetros da trilha Jeju Olle têm sinalização com tabuletas, mas no caso de sua deterioração natural ou vandalismo, o excursionista não vai se perder. A trilha também está toda marcada com sinalização direcional pintada em pedras e árvores.
A tabuleta caiu, mas a sinalização pintada vai garantir que os excursionistas não se percam (Parque Nacional Pirin, Bulgária)
Faltou fazer a base profunda da placa. Dinheiro, tempo e energia jogados fora! Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano (Portugal).
No caso da opção por mastros, sempre deve ser feita uma base profunda de concreto ou de madeira para ficar enterrada. Essa base dificultaráa degradação bem como ações de vandalismo, como torção e derrubada do mastro, e aumentará sua vida útil.
Ao ver essa placa, percebemos que o pessoal do Parque Nacional de Pirin vai ter que refazer o trabalho.
Vai ter mesmo e não adianta calcar o mastro com pedras. Precisa mesmo é de uma fundação profunda.
Caso contrário, acaba caindo como aconteceu na trilha de longo curso Peaks of Balkans, no Parque Nacional Valbona, na Albânia.
Não adiantou tentar segurar o mastro com pedras. Sem uma fundação forte ele cai (Reserva Natural De Hoop (África do Sul)
Quem tem elefantes, que gostam de se coçar nas placas,capricha nas fundações de sua sinalização! (Parque Nacional Amboseli, Quênia)