Embora haja um tamanho ideal para as setas pintadas e para tabuletas, a própria natureza do terreno às vezes impõe exceções. Por isso, são aceitáveis diferentes tamanhos das setas de acordo com a necessidade. Sempre que possível, entretanto, para a sinalização pintada diretamente no terreno é melhor utilizar a medida padrão como abaixo (trataremos das tabuletas em capítulo posterior):
Dimensões padrão para pintura de seta.Medidas padrão de seta sinalizadora de várias trilhas sobre o mesmo leito.
Posições da sinalização direcional pintada
Árvores
Em trechos arborizados, a sinalização deverá ser pintada, sempre que possível, do lado direito de quem caminha, em uma árvore, na altura dos olhos (cerca de 1,70 metros). Também se pode pintar do lado esquerdo, mas somente quando não for possível pintar do lado direito da trilha. Ao pintar deve-se sempre ter o cuidado de verificar se a sinalização está visível para quem vem caminhando, a pelo menos 20 metros de distância.
Sinalização direcional com a logomarca da Trilha Transcarioca (Parque Nacional da Tijuca).
Guardas Parques do INEA-RJ participando de atividade de sinalização de trilha no Parque Nacional da Serra dos Orgãos.
Sinalização da Trilha Transcarioca sendo pintada no Parque Nacional da Tijuca
Sinalização em árvore (Trilha de Longo Curso E9, no Parque Natural da Arrabida, em Portugal)
Pedras
Em trechos com pedras, a sinalização deve ser pintada, sempre que possível, no espelho (parte lateral) das pedras. Evite pintar em superfícies que podem ser pisadas ou que recebam luz direta do sol, pois essa sinalização vai se apagar muito rapidamente.
Seta pintada no espelho de uma pedra, do lado direito da trilha, da forma correta (notar o equipamento: luvas, garrafinha plástica com tinta e bucha). Curso de formação de Guardas-Parques do INEA/RJ no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Sinalização direcional pintada de forma correta no espelho da pedra. Notar que há duas trilhas correndo sobre o mesmo leito (Parque Nacional Durmitor, em Montenegro)
Sinalização pintada de forma correta no espelho de um pedra (Reserva Natural de Malolotja, na Suazilândia)
Sinalização direcional pintada em um local que não é ideal, pois ao ser pisada por caminhantes vai se apagar logo (Parque Nacional da Tijuca).
Sinalização direcional pintada no espelho de uma pedra, do lado esquerdo da trilha, pois não havia opção de pintura do lado direito (Parque Nacional das Montanhas de Sars – Kosovo).
NUNCA pintar em pedras que possam ser deslocadas ou removidas por alguém.
Seta pintada em pedra facilmente removível. Pode ser que não esteja apontando para o caminho certo (Trilha de longo curso Peaks of Balkans no Parque Nacional Theti, Albânia)
Pintura em pedra removível (Parque Nacional do Limpopo, Moçambique)
Essa sinalização foi encontrada no meio do mato, completamente longe de onde deveria estar. Não pinte em estruturas removíveis (Reserva Botânica Bunga, Zimbábue)
Pintura em pedra removível. E agora, José? Espero que você saiba para onde ir! (Parque Nacional Sutjeska, Bósnia e Herzegovina)
Estruturas artificiais e corpos estranhos
Sempre que houver um objeto não natural, pinte a sinalização nele, independente da altura ou do lado da trilha em que estiver. Objetos não naturais (postes, cercas, muros, paredes, estruturas em ruínas), por não serem comuns à trilha, já atraem naturalmente atenção. Além disso, ao pintar neles a sinalização, evita-se pintar em uma árvore ou pedra, reduzindo a poluição visual do ambiente natural.
Notar que a sinalização direcional com a logomarca da Trilha Transcarioca foi pintada na lateral da escada. (Parque Nacional da Tijuca).
Uso de um corpo estranho para sinalização, no caso, um pitoco para impedir o estacionamento de carros (Trilha Transcarioca/Parque da Tijuca). Notar que a sinalização mostra duas trilhas correndo sobre o mesmo leito.
Uso de um corpo estranho para sinalização, no caso, um poste de eletricidade (Parque Natural das Flores, Açores/Portugal). Notar que a sinalização mostra duas trilhas correndo sobre o mesmo leito.
Uso de um corpo estranho para sinalização, no caso uma ruína (Parque Natural da Arrábida, Portugal). Notar que não se trata de uma ruína histórica: JAMAIS SINALIZE UMA RUINA HISTÓRICA!
Uso de um muro para sinalizar a trilha (Trilha de Longo Curso Waitaikabuli, Dominica)
Uso de um guard rail para sinalizar a trilha (Parque Natural Sopocani, Sérvia)
Uso do muro do Centro de Visitantes para sinalizar a trilha (Parque Nacional Pirin, Bulgária)
Travessias de estradas ou rios
Sempre que for necessário cruzar uma estrada, rua ou rio, é importante sinalizar o exato ponto em que se deve atravessar, induzindo ao local exato da travessia. Sempre que não haja uma ponte ou pinguela sobre um rio, é fundamental indicar o ponto exato da travessia (de preferência acompanhado da colocação de pedras que facilitem a travessia naquele ponto). Caso contrário, com as frequentes mudanças do fluxo da vazão dos rios, os caminhantes vão sempre procurar o melhor ponto para cruzar sem molharem os pés. Isso tem impacto na vegetação de galeria, causando sério alargamento da trilha junto aos rios.
Notar a marcação do exato local onde a trilha deve atravessar a estrada (Parque Nacional de Lovcen, Montenegro).
Pedras colocadas para estimular a travessia do rio sempre no mesmo local (Parque Natural de Narita, Japão)